Imprimir ou Salvar em PDF

Print Friendly and PDF

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Da Cultura do ‘ponto’ para um Ponto de Cultura




Imagem do Google
Lendo um artigo do Prof. Hélio Baragatti Neto de Inhumas, percebi sua preocupação com relação à Cultura naquele município, minha terra natal. Conversando, com a Presidenta da Academia de Letras, Ciências e Artes (ALCAI) dona Umbelina Frota, fiquei a par do mesmo assunto. Num contato, com o Prof. Gleidson Moreira (Pres. do Instituto Histórico e Geográfico de Inhumas - IHGI), o mesmo expôs a condição da cultura na terra inhumense. Coincidência? Não. Parece que todos convergem para o mesmo ponto.

Entretanto, não obstante da condição política porque vivem a cidade e a população de Inhumas e, embora de lá tenha me afastado de seu cotidiano, não se pode negar o reflexo da crise de seu setor cultural que se tem anunciado nos últimos anos. Eis onde o ponto em que a Cultura se entrava.

Quando Hélio Neto diz em seu artigo que Inhumas é, historicamente, um “Ponto de Passagem” cuja situação da cultura vem se recrudescendo, comparo e vejo que o município de Goianira se encontra em busca de ser ao menos um ponto de cultura, na luta quase que anônima de seus representantes pouco aglomerados em um conselho que ainda se limita a sonhar e discutir questões culturais que não tem ressonância na sua elite política.

Diante desse momento, talvez se possa compreender que não há muita diferença entre os conselhos de cultura de Inhumas e de Goianira. Se Inhumas tem uma Secretaria de Cultura, esta é mera pasta política, sem atuação e articulação com as instituições culturais e artistas locais, isso tem contribuído inclusive que a produção cultural fique esparsa, desacreditada e à miúde de editais e ou concursos culturais ventilados via Fundo Estadual de Cultura e outra fontes de recurso que se possa amealhar fora do âmbito municipal ou quando muito raro, na iniciativa privada que visa somente à cultura do lucro.

 O conselho inhumense já maduro, ainda aos suspiros, tenta realizar através de seu mais tenaz representante, Prof. Carlos Rodrigueiro, uma luta quase que inglória para efetivar diversas ações culturais de que urgencia o município, a população e a própria cultura inhumense através de reuniões e audiência pública. Este é um ponto significativo.

Já em Goianira, não há uma Secretaria de Cultura, mas há leis que definem a existência de um conselho e um fundo de cultura que, à toque de caixa, foram devidamente engavetadas entre 1997 e 2003, ou seja, temos leis que regulamentam a cultura mas sem o efeito legal que se espera simplesmente porque não dialogam com o contexto atual, são quase que arcaicas. Este é um ponto inconteste.

O conselho goianirense, ainda em tenra idade (criado em 15/08/2013), está no início de sua atuação e tem por jornada a construção dos demais instrumentos de política cultural de que nunca se teve nesta cidade geraldina: um Fundo de Cultura com recurso ainda indisponível, o Plano Municipal de Cultura, uma Secretaria Municipal. de Cultura e uma Sede própria. Neste caso, temos que a Cultura ainda não é um ponto de referência, aliás procura sê-lo através dos representantes mais afincos nesta causa pouco valorizada em nosso país. Todavia, persistem nas reuniões mensais, trabalham para que o fazer cultural seja respeitado e não se realize somente como ponto de encontro artístico ou ponto de convergência de ideias, mas principalmente, como ponto real de desenvolvimento para estas duas cidades.  
Luciano Roriz

Nenhum comentário:

Postar um comentário